"A cadeia alimentar
é uma realidade, mas questiono-me por diversas vezes por que é que a
inteligência humana, que já disponibiliza viagens espaciais de turismo, ainda
não inventou uma forma de alimentação que não
se baseasse na morte?
Por um lado argumenta-se que não há suficiência vegetal no planeta para
alimentar a humanidade se todos fôssemos vegetarianos, além de que é sempre
necessário um equilíbrio para a maioria dos sitemas biológicos.
Por outro, contra-argumenta-se
que quem detém o monopólio da terra e dos recursos não tem grande interesse na
produção de vegetais para alimentar os seres humanos, mas sim para alimentar
animais de produção, pois esta constitui-se como uma atividade muito mais
lucrativa que a agricultura.
Que pensam disto os animais de
produção?
Eles ensinaram-me que há animais
que vêm servir a humanidade ao permitir-lhes o sustento e a saúde!
Em relação ao vegetarianismo, os
animais comunicaram também que não é prova imprescindível do nosso amor e respeito por
eles pois eles continuarão a ser mortos de qualquer forma, nos matadouros dado que muitos dos sete mil milhões de pessoas ainda não passam sem o seu "bifinho".
Muitos ainda nem sequer são conscientes da causa animal.
O vegetarianismo deve ser praticado pela nossa saúde e pela nossa verdade.
Se a nossa verdade for não
compactuar com os maus tratos, deixamos assim de consumir carne. São os maus
tratos e as atrocidades humanas que magoam o coletivo animal.
Durante o meu curso de medicina veterinária, frequentei
vários matadouros. Assisti a mortes traumáticas para os animais. Percebi que
não conseguia mudar o mundo para que as mortes fossem limpas e honrosas por
isso a única estratégia que tive foi não ingerir mais aquela crueldade porque
se entrava no meu organismo, entrava no meu coração.
Se você levasse um choque
eléctrico para morrer sem compreensão prévia, não acha que sentiria um susto e
uma dor enorme no momento da sua morte? E esta é uma das mortes menos bárbaras
que se praticam.
Tenho a certeza de que, para
além da dor e desolação que sentiria, a nível orgânico, iria libertar imensas
substâncias relacionadas com o estresse e trauma do momento. É isso que acontece
com o animal, que liberta nesse momento essas substâncias traumáticas para a
sua carne que depois é consumida por nós.
Expliquei ao longo do
livro "Conversas com animais" que eles sentem tudo, que são hipersensíveis.
O que sentirá então
um animal naquele momento?
Os animais que são criados
para serem consumidos deveriam ser tratados com consciência superior e honrados
de igual forma ou ainda mais que aqueles que nos fazem companhia.
Eles são sacrificados para a
nossa sobrevivência, são o apoio para a nossa vida no planeta e continuam
persistentes com o seu propósito apesar de toda a crueldade.
Se quiser continuar a consumir carne tente-o da forma mais inócua, digna e respeitosa para os animais para que o seu coração possa ficar mais em paz.
Nem sempre é fácil sabermos de
onde vem e como foram abatidos esses animais, mas se nos tornássemos todos
atentos a isso, talvez as mudanças começassem a ocorrer mais rapidamente."
Não julgo nem ataco quem continua a comer carne pois se os animais não julgam, quem sou eu para julgar quem quer que seja?
Julgar e criticar o outro são as ferramenta preferidas do Ego que adora sentir-se superior e "com razão".
Eu sou vegetariana a muitos anos e não poderia ter tomado decisão mais nobre e inteligente na minha vida! Desde criança eu chorava muito quando minha mãe me levava no açougue e via aqueles homens de branco carregando aqueles corpos sem vida para nos servir de alimento! Ficava dias sem comer carne e mesmo depois de adulta, quando eu lembrava do sofrimento deles, a carne começava a enrolar na minha boca e no mesmo instante eu jogava! Hoje sou vegetariana e não sinto falta alguma de carne, agora posso colocar minha cabeça tranquila no travesseiro, por não colaborar com os assassinatos destes anjos! Um grande abraço Marta!
ResponderEliminarDurante cerca de 20 anos o acto de consumir carne consumia a mim. Reduzi o consumo, passei a consumir apenas peixe, depois somente nos fins de semana. Até que senti, no meu coração, que não fazia sentido em comer de vez em quando, ou escolher um animal para sacrificar. "É este que deve morrer". Eu teria coragem de fazê-lo se colocassem as opções, vivas, a minha frente? Eu seria capaz de matar um animal? Não...eu só os comia porque escolhia ignorar o que se passava, ignorava o sofrimento e a morte. Só os comia porque os via já expostos no mercado aos bocadinhos. No documentário Cowspiracy o jovem Kip Andersen diz: "Se não sou capaz de fazê-lo, não quero que ninguém faça por mim". Esta frase atingiu meu coração como uma flecha.
ResponderEliminarA opção de ser vegan foi um bálsamo à minha alma, um alívio do qual eu sequer sabia antes o quão importante seria. Não sou uma activista, não penso mudar o mundo, apenas não quero ser responsável pelo sofrimento de nenhuma forma de vida. Às vezes olho para meu amado cãozinho e lamento que outros animais não possam ser assim amados e respeitados, uma vez que todos são capazes de amar, de sentir afecto e apego. Lamento elegermos apenas os cães e gatos para amar e outros para sacrificar...Nada disso faz mais sentido para mim e, quando penso no sacrifício diário de tantos animais, de corte ou de leite, sinto verdadeira dor...No entanto, esta sensibilidade só me faz perceber que sou humana, e que desenvolvi a sensibilidade e o amor que os bichinhos sentem sem que seja necessário nenhum aprendizado. Apenas precisam ser amados.